sábado, 11 de agosto de 2012

Mateus Solano tenta reinventar heróis românticos


Com a postura forte de Mundinho Falcão, de "Gabriela", ator vai a fundo na humanização de seus personagens

Mateus Solano é um ator de ambições artísticas. No entanto, ironicamente, seu porte alto e a cara de "bonzinho" o destinaram ao limitado posto de mocinho na tevê. "Não quero me repetir. Por isso, vou a fundo na humanização de meus personagens. Por mais bonzinhos que eles sejam, quero que tenham variações", conta o intérprete do Mundinho Falcão, de "Gabriela". Na pele de mais um bom sujeito, Mateus assume que tentou fugir dos galãs e mudar de tipo. Mas, desde que estourou na televisão na pele de Ronaldo Bôscoli em "Maysa - Quando Fala o Coração", de 2009, ele repete o posto sucessivamente. No mesmo ano, encarou a missão de forma dupla com os gêmeos de "Viver a Vida". E, ano passado, deu vida ao ingênuo Ícaro, de "Morde & Assopra". "Mundinho é um galã diferente.

- "Gabriela" é o quarto trabalho consecutivo no qual você interpreta um dos personagens principais da trama. Todos esses papéis foram de galãs. O rótulo incomoda?
Mateus Solano - Eu faço o maior esforço para não me repetir. Posso ter feito apenas galãs, mas acho que eles são bem diferentes entre si. Por exemplo, do Ícaro, de "Morde & Assopra" (2011), para o Mundinho existe um vácuo enorme. O primeiro tinha tintas filosóficas e estava inserido em um contexto de ficção científica. Atualmente, meu personagem tem dois pontos interessantes que me instigam muito: a política e um amor "shakespeariano" com tempero tropical. 

- O que o Mundinho Falcão pode agregar à sua trajetória?
Mateus - Não tenho como prever, mas já agregou ao meu lado pessoal. Eu nunca tinha lido Jorge Amado com atenção, mas quando surgiu a possibilidade de fazer o papel, mergulhei nos livros dele. Foi uma descoberta! Existem grandes histórias por trás do amor entre a Gabriela e o Nacib. A do Mundinho é a mais politizada, lida com o progresso em uma Ilhéus dominada por coronéis.

- Seu personagem é citado desde o início da trama, mas só apareceu na terceira semana. Você chegou a gravar alguma cena em Ilhéus ou limitou-se aos estúdios da Globo?
Mateus - Infelizmente, gravei apenas duas cenas na cidade. Mas foram cenas importantes: a da procissão e o retorno dele à cidade. Mas tomado pela empolgação de ler o livro, viajei para Ilhéus e fiquei duas semanas lá. Observando, sentindo o clima e me inspirando.

- Na novela de 1975, Mundinho foi interpretado por José Wilker, que nesta nova versão dá vida ao Coronel Jesuíno. Vocês chegaram a conversar sobre o papel?
Mateus - Bem pouco. Trocamos experiências sobre as duas versões. Minha curiosidade ia além do trabalho dele como Mundinho. O Wilker me falou coisas interessantíssimas sobre a primeira versão. Uma história de bastidor foi a mais inspiradora. 

- Seu personagem fica até o fim de "Gabriela", previsto para outubro. Você já arquiteta algum projeto para depois da novela?
Mateus - Como não consigo conciliar trabalhos, vou esperar o fim de "Gabriela", tirar alguns dias de férias e colocar em prática uma nova peça de teatro com direção do Jefferson Mirandao. A peça chama-se "Do Tamanho do Mundo", de Lourenço Mutarelli. 

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